Resenha - RRR

Autor: Jun Watanabe
Gênero: Esportes
Período de Serialização: 2007-2009
Serialização: Weekly Young Magazine (Kodansha
Número de Volumes: 10

Há pessoas que são preguiçosas por natureza, mas possuem sonhos bem ambiciosos. Mas e se de repente, esse sonho trocasse de lugar por outra coisa que acaba surgindo através de uma adversidade e de repente passasse a fazer parte da sua vida? É sobre isso que é o mangá do qual falarei hoje. Um excelente mangá de boxe que poucos conhecem, o ótimo RRR, ou como preferirem, Rock'n Roll Ricky, de Jun Watanabe, um dos autores mais frequentes da ótima revista seinen Young Magazine da Kodansha.






[Aviso: Podem conter leves spoilers a partir do 3º parágrafo da sinopse. É praticamente impossível explicar a história do mangá sem falar disso]

RRR conta a história de Rikitarou Iwamaki, um vagabundo de 27 anos de idade que possui um grande sonho, virar um astro do rock e ser como o seu grande ídolo Jimi Hendrix para ser um homem livre. E um belo dia, enquanto voltava de um ensaio com os amigos, Rikitarou vê sua namorada com outro homem. O rapaz fica chocado e resolve encher a cara em um bar, e caindo de bebâdo, na saída, ele é repreendido por um casal e acaba arrumando confusão com eles e começando uma briga. Enquanto Rikitarou apanha, eis que um famoso boxeador profissional, Raita Ooishi resolve se meter na briga, até que Rikitarou se levanta e acaba com a briga em grande estilo (ou não, dependendo do ponto de vista de quem olha) e acaba vomitando na cara do sujeito, e assim, caindo no chão de tão bebâdo que estava no meio de tanto vômito (que nem o Jimi Hendrix, não é mesmo?) e Raita nota o possível talendo de Rikitarou para as lutas de boxe e o vê indo embora.

No dia seguinte, agora com um cabelo estilo Afro, ele tentará entrar em contato com uma gravadora famosa que tentará os lançar no mercado e ele conhece um grande produtor lá que está disposta a avaliar a banda de Rikitarou e seus amigos e ver do que eles são capazes. O produtor nota que os caras têm talento, mas que dentro da banda, mas Rikitarou não poderá fazer parte dela, por ser muito velho e "inadequado" para tal, mas os seus amigos se recusaram a se apresentar se ele não fizesse parte, então o produtor resolve dar uma chance para eles e pede para que Rikitarou perca sua "barriguinha de cerveja" dentro de 1 mês. e no meio de uma de suas caminhadas, ele descobre a existência e uma academia de boxe e começa a praticar lá o esporte.

Só que para a surpresa de Rikitarou, naquela mesma academia será gravado um "reality-show" sobre boxe estrelado por adivinhem quem? O grande campeão Raita Ooishi. E, um dia, novamente voltando depois de um de seus ensaios e da academia, Rikitarou recebe uma ligação direto da polícia dizendo que sua irmã mais velha havia morrido em um acidente de carro e que todos os presentes haviam morrido, exceto pelo filho dela, Aozora, de 5 anos, que é sobrinho de Rikitarou. O grande problema é que isso acontece exatamente no dia em que o produtor musical disse que passaria pra avaliar o desempenho da banda de Rikitarou, só que ele não aparece e o produtor desiste dele. Durante o funeral, há uma discussão para quem irá ganhar a guarda de Aozora, e nenhum dos parentes da irmã falecida se propõem a isso, então, Rikitarou resolve adotar o garoto e passa a criá-lo como se fosse seu filho e desiste do sonho de virar astro do Rock e resolve tentar uma vida normal como um assalariado para sustentá-lo, até que, durante as gravações do programa de Ooishi na academia, surge uma oportunidade de participar remuneradamente do programa, e Rikitarou resolve seguir a carreira de boxeador para poder criar Aozora com dignidade. E é a partir daqui que a história do mangá passa a fluir.

RRR possui um ótimo ritmo narrativo bem agradável aos leitores que não cansa. Nos momentos de lutas, o mangá fica num ritmo bem empolgante com belas cenas de ação bem frenéticas e muito bem desenhadas. Além de tudo isso, o mangá possui cenas dramáticas bem realistas que mostram a dura vida cheia de rigorosos treinamentos de um boxeador. Chegam a ser tocantes cenas assim durante a série. Um ponto que vale destacar é sobre a ótima arte do mangá, com personagens bem carismáticos e cenários bem-feitos, mas na arte, o que vale mesmo destacar é sobre as lutas bem intensas. Elas são, sem dúvida alguma, o ponto alto do mangá.

O mangá ainda conta com um bom punhado de personagens interessantes e divertidos. Temos, desde colegas de academia de Rikitarou até grandes campeões que ele enfrenta durante a carreira. Apesar de só possuir 10 volumes, o mangá consegue explorar boa parte desses personagens muito bem e deixa o leitor bem satisfeito no final (que é seguido de um épico plot-twist que deixa os leitores incrivelmente empolgados para o evento final da série.)

Conclusão:
Sabem aquele mangá que você começa a ler sem taaaanto hype assim, mas no final, ele te surpreende mais do que o esperado? RRR é assim. Empolgante, simpático, agradável, intenso, e profundo. Com lutas empolgantes e personagens carismáticos, o mangá conquista os leitores sem muito esforço. Com só 10 volumes, Jun Watanabe produziu um dos melhores mangás do gênero nessa década. RRR é um mangá que vale muitíssimo a leitura e merece a sua atenção.

Onde ler:
Em japonês, só pude achar as raws dos 3 primeiros volumes no rawscans forum. Já em inglês, o Endless-Abyss lançou o mangá todo.




Obrigado por ler.