sábado, 19 de maio de 2012

Resenha - Legend of Koizumi


Autor: Hideki Owada
Gênero: Comédia, ação
Período de Serialização: 2008-2011
Serialização: Kindai Mahjong (Takeshobo)
Número de volumes: 6

O mundo dos mangás é uma verdadeira aventura. Nele encontramos histórias de todos os tipos, e algumas ideias bem curiosas, ousadas e originais, mas muitas das vezes não são executadas da maneira como devem. Neste post, falarei de um mangá desse tipo, com uma ideia genial, aplicada em um conceito mais maluco ainda. Você nunca pensou que veria um mangá sobre políticos acertando as contas em partidas de Mahjong como se estivessem em ferozes lutas de socos e chutes à lá um Hokuto no Ken da vida, não é mesmo? Conheçam Legend of Koizumi, ou Mudazumo Naki Kaikaku, de Hideki Owada.



[Aviso: Eu sei que o mangá está em andamento no Japão, mas a série, tecnicamente tem o seu final no volume 6. A partir do volume 7, inicia-se uma nova saga no mangá, com outros personagens, mais como se fosse uma sequência da série]


Bom, não há muito o que dizer sobre a história, mas bem... o mangá é basicamente centrado em Junnichiro Koizumi, o Primeiro-Ministro do Japão em discussões políticas com presidentes/ministros de vários países do mundo que são acertadas com verdadeiros duelos de titãs em partidas de Mahjong tão exageradas como uma partida de futebol em Captain Tsubasa, só que com a ferocidade e a ação épica de uma luta de Hokuto no Ken. No meio de várias dessas partidas, vemos Koizumi "degladiando" com vários outros políticos famosos, entre eles, George W. Bush (Ex-presidente dos EUA), Vladmir Putin (atual presidente da Rússia), Kim Jong-il (famoso líder socialista na Coreia do Norte) e muitíssimos outros... só aqui, você já dá pra ter ideia de que esse mangá é extremamente maluco e ousado, mas não para por aí, até que depois, no segundo volume, surge o verdadeiro enredo da série, o grande arco em que o mangá se concentra e mostra pra que veio...

Esses dois parágrafos, terão alguns spoilers... mas eu garanto, eles não vão te fazer perder a vontade de ler, mas justamente o contrário, vão é fazer você querer ler... captaram a mensagem? Pois bem, se preparem...

Após alguns tratados serem afirmados, um dia Koizumi é atacado em seu carro por um bando de terroristas, que na verdade, trabalham para Kim-Jong Il, que sobreviveu à sua "batalha" contra Koizumi, e agora voltou como um ciborgue. E no meio da revanche, que Kim-Jong perde, um dos comparsas do estadista coreano se revela ser, na verdade um subordinado do Papa que recebeu ordens para levar o Primeiro-Ministro japonês para o Vaticano. Indo pra lá, Koizumi se depara com ninguém mais, ninguém menos que o Papa Bento XVI, e lá, os dois têm um pequeno duelo. Mas o Papa não chamou Koizumi para Roma à toa, foi para dizer que ele é o escolhido para defender a Terra de uma ameaça que está se aproximando que poderá ser capaz de destruir a humanidade...

Essa ameaça, na verdade é... um exército Nazista com uma base na Lua, com armas de destruição em massa poderosas o suficiente para destruir o nosso planeta, e pra completar, liderados por Adolf Hitler, que esteve, de alguma forma misteriosa, vivo durante todos esses anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial. E para deter essa ameaça, os grandes líderes mundiais decidem escolher um grupo de 5 "bravos guerreiros" para representar e defender a Terra e lutar contra os nazistas lunares de Hitler em partidas de Mahjong à lá Dragon Ball e os cinco são: Jinnichiro Koizumi, o já apresentado primeiro-ministro do Japão. George H. W. Bush (De codinome "Bush Pai"), ex-presidente dos Estados Unidos, acompanhado de seu filho George W. Bush. Vladmir Putin, presindente da Rússia. O Papa Bento XVI, o grande líder religioso do cristianismo e por último Yulia Tymoshenko, primeira ministra da Ucrânia. Então, nossos heróis são levados para uma ilha desabitada da América do Sul, onde irá acontecer o embate contra os capangas de Hitler, para que possam enfrentar o poderoso chefão dos Nazistas lunares na batalha final que decidirá o destino da humanidade.



Não, você não leu nada errado aí, essa premissa ousadíssima e doida é a história de Legend of Koizumi. Me pergunto como ao menos, isso conseguiu ser publicado sem nenhum tipo de censura no Japão. Praticamente 80% dos personagens da série são personalidades que existem de verdade (até o próprio Koizumi, pode jogar no Google e ver que o cara é IGUALZINHO), e com base nisso, muitas piadas sobre política e história desses países costumam ser feitas durante as "batalhas" do mangá em forma de nomes de golpes e coisas do tipo. O humor desse mangá é uma das coisas mais criativas e geniais que já vi nos últimos anos.

Agora, um fator que talvez, afaste muitos da leitura da série, é o fato de ela usar o famoso jogo chinês de tabuleiro Mahjong. Não se desesperem, mesmo não sabendo patavinas de como funciona o jogo, isso não atrapalha quase nada a se divertir com o mangá (pelo menos comigo. Sei muito pouco sobre Mahjong e me diverti muito com o mangá). Basta imaginar cada jogada como se fosse um golpe de um mangá de luta (afinal, os personagens saem até gravemente feridos depois de algumas das partidas mortais). Obviamente, quem entende do jogo, vai aproveitar algumas piadas a mais que quem não entende, mas nem de longe, são as melhores piadas e referências que a série oferece, mas quem não entende, não está perdendo praticamente nada.



A arte é um show a parte. Caiu como uma luva no estilo de Legend of Koizumi. Mas onde o trabalho impecável na arte é mais notável, é na representação dos políticos que aparecem. Muitos deles podem ser facilmente relacionados com os de verdade. Como já citei, por exemplo, o próprio Koizumi, no mangá, está idêntico ao Koizumi real (claro que um pouco caricaturizado, mas dá pra reconhecer). Uma coisa legal, que recomendo durante a leitura, é ir pesquisando os personagens que você não conheça para ver como eles são de verdade.

Conclusão:
Sem nenhuma sombra de dúvida, acho que Legend of Koizumi é um dos mangás mais geniais que já foram publicados nos últimos anos. Com um senso de humor absurdista e genial, a série diverte muito os leitores. Claro que é necessário um pouco de conhecimentos gerais prévios para sacar melhor algumas das piadas histórico-políticas da série, mas mesmo assim, isso não atrapalha tanto a diversão com a série, que possui um enredo divertidíssimo e sem-noção, que é conduzido a um ritmo extremamente maluco de acontecimentos até ter uma conclusão EXTREMAMENTE épica, sendo um dos melhores e mais criativos finais que já vi em um mangá. Em uma escala de 0 a 10, eu daria um 9,5 a Legend of Koizumi. Foi um dos mangás mais divertidos e engraçados que li recentemente. Leitura mais do que recomendada.



Onde Encontrar:
Para os que lêem em japonês, raws no rawscans forum , e em inglê, na /A/nonymus scans . E ainda, pra quem quiser fazer um pequeno "test-drive", ainda há os 3 OVAs de curta duração que fizeram sobre a série no Youtube



E para encerrar o post, deixo esta música chamada "Senshi no Kyuusoku" ("O repouso do guerreiro")... o que diabos essa música tem a ver com o mangá? Bom, leiam até o fim e descubram.




Obrigado por ler, e até o próximo post.

6 comentários:

  1. Koizumi rules. Esse mangá é INSANO!

    A propósito, procure Gundam Sousei do mesmo autor. É a, hm, interpretação dele para o processo que levou a Gundam se tornar aquilo que é, protagonizado por um Yoshiyuki Tomino que... bom, só vendo pra acreditar. XD

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    1. Gundam Sousei é estupidamente ótimo, Tomino é o Badass of Badasses. E varias coisas faladas ao longo do manga fazem um sentido absurdo, como a coisa sobre o Zakus

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  2. Eu pensava que Koreha era viajado, mas esse mangá supera fácil.

    Parece muito legal talvez eu lei algum dia, e ótimo post o/

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  3. Tem leituras que s~~ao boas outras ruins, mas tem aquelas que você não sabe o motivo mas acha foda assim que vê!

    Koizume é foda e um chute na bumda de quem diz que não existe coisas originais nos dias de hoje e que tudo é cliche, mimimimi
    etc.

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  4. To morrendo de ir aqui só de ler a resenha, vou ler o mangá agora!

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