sábado, 30 de junho de 2012

Resenha - Houshin Engi


Autor: Ryu Fujisaki
Gênero: Aventura, ação.
Período de serialização: 1996-2000
Serialização: Weekly Shonen Jump (Shueisha)
Número de volumes: 23.

Na primeira semana de Julho, a famosíssima Shonen Jump comemora aniversário de sua criação. Em 2012, a revista faz 44 anos de existência. Então, a blogosfera mangá-animística brasileira, mais uma vez se reúne para homenagear a revista e suas obras, e óbvio que eu, como grande admirador das séries de lá (mesmo que eu reclame da revista atualmente, tenho um imenso respeito pelo que ela era antigamente), não poderia deixar de participar desse evento que é o #JumpWeekend. E para comemorar, decidi falar de um clássico perdido da era negra da revista. Um mangá diferente de pelo menos 90% do que você já deve ter visto na Jump e uma série com um dos roteiros mais bem-armados e planejados que já foram publicados nela. Conheçam o épico chinês HOUSHIN ENGI, de Ryu Fujisaki.



A história do mangá é baseada em um relativamente conhecido livro chinês chamado "Fengshen Yanyi" (algo como "A investida dos Deuses") escrito no século XVI e se passa numa China antiga com vários elementos fantasiosos. Essa China é governada pela poderosa dinastia Yin, liderada pelo imperador Chu-ou, que está impondo um regime de perseguição aos plebeus e de privilégios a nobreza, mas ele não faz isso de propósito. Tudo acontece por causa de Dakki, uma Sennin (uma raça de seres divinos com capacidades sobrehumanas) que se casou com ele e lhe lançou uma espécie de controle hipnótico que o induz a cometer tais barbaridades em seu governo, assim, fazendo o povo passar por tal tirania.

O mundo de Houshin Engi é dividido em duas partes: O mundo dos humanos e o mundo dos Sennins. Enquanto o mundo dos humanos passa por tal tirania, no mundo Sennin, habitado pelos poderosos seres divinos, o líder dos Sennins, Genshi-tenson resolve dar uma missão a um de seus discípulos. E então, somos apresentados ao protagonista de nossa história, ele é Taikobou, um Sennin em treinamento muito preguiçoso, porém inteligentíssimo. Então, Genshi-Tenson dá a Taikobou a missão de completar o "Projeto Houshin", cujo objetivo é selar os espíritos malignos que assolam o mundo e dá a ele a "Lista Houshin" que lista todos os espíritos a serem selados.

Então ao abrir o pergaminho da lista Houshin, Taikobou leva um baita susto. CENTENAS DE NOMES ESCRITOS! "E agora, vou demorar anos pra completar isso" pensa o nosso herói, mas aí ele tem uma ideia. Ele descobre que Dakki é a líder de todos esses espíritos, e para não ter que ir lutando com 1 a 1, ele resolve juntar aliados para formar um grande exército para tirar Dakki do poder e assim, salvar a China e completar o Projeto Houshin. E é a partir daqui que se desenvolve a história do mangá (claro que com MUITÍSSIMOS plot-twists no meio que vão deixar isso ainda mais interessante, mas você não vai querer que eu estrague a surpresa e fale deles aqui nesse post apresentando o mangá, não é?)

"Beleza, essa é a história do mangá, mas o que faz dele ser tão diferente da maioria dos mangás convencionais do gênero na Jump, Senhor Nintakun?", você deve estar se perguntando. Calma, que eu já chego lá. Vamos começar falando do personagem principal de Houshin Engi, o Taikobou. Primeiramente, qual é o principal estereótipo de protagonista de mangá de ação/aventura da Jump? Normalmente temos personagens que não preferem usar a cabeça, ou que tenham uma superforça apelona e ganhem tudo na base do protagonismo (calma, não estou generalizando). Taikobou é praticamente o oposto disso tudo. Ele é um estrategista nato, um personagem que mais usa a cabeça do que a força, e que muitas das vezes coloca os outros para fazer o trabalho braçal em seu lugar, mas seguindo suas instruções para alcançar a vitória. Tanto que boa parte das principais lutas do mangá temos ele mais tramando estratégias e fazendo seus aliados lutarem em seu lugar.


Uma das coisas que acho mais legais no mangá é como ele é rico em conteúdo, mas sem precisar ser text-wall ou ter quadros muito pequenos e nem nada disso. Você começa a ler um capítulo e nota que acontecem muitas coisas e que são mostradas muitas informações no mesmo capítulo de em torno de 19 páginas. É um daqueles mangás que se desenvolve bem a longo prazo, ler apenas 1 capítulo ou 1 volume não te proporcionará nem 1% do que o mangá tem a te oferecer em densidade de roteiro. É uma história que parece ter sido muito bem planejada desde o início até o fim. 23 volumes que valem por uns quase 40 em conteúdo.

Houshin Engi tem um protagonista bem original e interessante, mas isso não quer dizer que ele roube completamente a cena durante a série. HE apresenta um extenso leque de personagens, muitos deles bem cheios de carisma. O único problema que alguns leitores possam vir a ter é pra memorizar os nomes de alguns deles, por serem nomes chineses às vezes um pouco estranhos pra quem não está muito acostumado, mas os dos mais importantes, creio eu que dá pra lembrar sem problemas. Uma coisa que deixa os personagens ainda mais interessantes são as habilidades dos personagens que lutam. Os sennins do mangá, por exemplo, usam um estilo de luta baseado nos "Paopeis", que são armas que só podem ser utilizadas por Sennins por usarem energia uma energia especial que só existe no esqueleto deles, assim, os Paopeis não podem ser utilizados por seres humanos comuns. Também não há muito o que dizer sobre a arte, Ryu Fujisaki desenha belos cenários e acho o design dos personagens bem simpático e agradável, tanto que é difícil desgostar de algum (podemos no máximo "estranhar" um pouco).

Ainda sobre o estilo narrativo da série, não posso deixar de comentar isso, uma das marcas registradas da séria que só quem leu sabe: OS INÚMEROS PLOT-TWISTS NA HISTÓRIA. No começo eles não são tão abundantes, mas um pouco depois da metade da história, eles começam a surgir em massa. O melhor de tudo, é que eles se encaixam perfeitamente com a história, sem fazer furos na história, tudo devidamente bem planejado pelo autor, que soube muito bem como conduzir a história da maneira correta até o seu fim.



Conclusão:
Houshin Engi é um mangá bem diferente do que costumamos ver na Jump. Com um enredo bem interessante e uma narrativa muito boa, o mangá consegue prender bem a atenção do leitor e o divertir, e nos momentos certos, impressionar. O ritmo da leitura pode ser meio lento no começo, mas depois da metade, não tem como simplesmente largá-lo, você vai certamente querer ler a história, que foi muito bem planejada e executada, até o fim. Cheio de personagens carismáticos, altos plot-twist, uma arte bem bacana e um enredo extremamente criativo e denso, além é claro, de um protagonista excelente, considero Houshin Engi um dos mangás mais legais e originais que passaram pela Shonen Jump. É uma pena que  a série não receba a atenção que merece. Se você gosta de histórias de aventura, com muitas batalhas estratégicas e enredo bem bolado, pode ler HE sem medo, pois eu recomendo MUITO!




Essa foi a minha colaboração para o #JumpWeekend, onde a blogosfera de mangás e animes brasileira se reuiniu pra falar da Shonen Jump, celebrando seu aniversário de 44 anos. Confiram também os posts dos outros participantes do evento.

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6 comentários:

  1. Realmente Houshin Engi é um manga incrivel, li até o volume 6 e é incrivel a quantidade de personagens e plot-twists mesmo.

    Esse post me animou a retomar a serie XD

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  2. Houshin Engi é um daqueles mangás que se superam a cada volume, o que acaba se tornando em um mangá épico elevado a potências inimagináveis! O post foi ótimo e as imagens escolhidas do kanzenban são lindas!

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  3. Houshin Engi é foda! Um dos meus mangás favoritos em potencial, tanto é que foi o primeiro que escolhi pra importar.
    Apesar disso só li 7 volumes e estou recomeçando comprando. Pelo seu post e o que todo mundo fala (além da qualdiade do autor) sei que vai ficar só melhor!

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  4. houshin engi é muuuuuuuito foda, nataku é muito apelo, mesmo assim prefiro a genialidade e idiotice do taikoubou

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  5. Fala cara, gostaria de falar com você se pudesse a respeito do seu blog. Tenho um blog antiguinho (www.dotaku.net) e estou recrutando uma galera nova. :D Se estiver interessado em fazer parte é só escrever para kendier@dotaku.net.
    A taxa de acesso até hoje, não muito ativo ainda é boa! ;)

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